2º dia
Aventuras > Caminho Português Santiago
Tui - Padron (02/11/2002)
A partida de Tui deu de imediato indicação do que seria a etapa desse dia, molhada.
Mais uma vez foi difícil de encontrar as setas amarelas para a saída de Tui, como tinha lembrança dos relatos lidos na Internet que o caminho passava pela zona industrial optamos por nos dirigirmos para lá, resultou na opção correcta. Após detectarmos de novo as indicações do caminho e imprimindo um ritmo forte de forma a ultrapassar rapidamente a distancia prevista para esse dia. Devido a todo o trajecto estar a ser realizado literalmente debaixo de chuva e uma parte do caminho ser desinteressante além de cruzar variadas vezes uma estrada muito movimentada, optamos por realizar o restante trajecto até a Pontevedra por estrada. Em boa hora o fizemos pois a chuva foi aumentando de intensidade e na chegada à referida cidade inclusivamente havia um inicio de cheias provocadas pela chuva em conjunto com a maré alta. Aqui pretendíamos almoçar e neste sentido procuramos um local onde fosse possível ficar com as bicicletas debaixo de olho, a escolha recaiu por uma Pizaria no centro da cidade. Como ia na dianteira ao ver a Pizaria parei na sua frente e verifiquei que estava praticamente vazia o que seria o ideal pois estávamos totalmente molhados, o mesmo não pensou a jovem colaboradora da dita casa quando viu "uma coisa" parar frente ao estabelecimento. Não imagino o que terá pensado quando pararam mais quatro junto ao primeiro. A expressão das jovens que serviam nesta Pizaria alterou-se após realizar-mos os pedidos, pois as quantidades de bebida e comida foram em quantidades industriais. Este exagero de comida e o reinicio do percurso custou deveras pois a chuva não parou e a diferença de temperatura entre a Pizaria e a rua provocou algum choque nos nossos corpos. Pela minha parte isto foi agravado pelo exagero de comida que ingeri e tive de gerir um constante desejo de vómito durante a primeira hora de pedalada. A chuva, alguns quilómetros antes de Padron, resolveu dar uma folga que logo foi aproveitada para relançar o ritmo. Na chegada a Padron existiu um pequeno problema técnico com um esticador de fixar um alforge a enrolar-se num desviador traseiro.
Ao chegarmos ao Albergue verificamos que contrariamente ao de Tui, este não se encontrava aberto sendo inclusivamente necessário contactar telefonicamente para um numero indicado na porta de forma ao responsável do Albergue o abrir. Enquanto esperava-mos aconteceu um episódio que gerou o riso geral: com a chegada de uma viatura com um indivíduo já com alguma idade gerou a esperança que fosse um padre que vinha abrir o Albergue. Como este indivíduo tinha alguma dificuldade em sair da viatura eu, como bom samaritano , fui de imediato segurar na porta enquanto a pessoa saía da viatura. Após a sua saída este dirigiu-se directamente para uma radio local que se situa junto do Albergue, esta situação valeu-me ser gozado durante algum tempo. Finalmente chegou a pessoa que nos abriria o Albergue e efectuasse o registo dos elementos do grupo além de nos cobrar uma quantia pelo usufruto do Albergue. O jantar efectuou-se num restaurante no centra da localidade, quando regressamos ao Albergue verificamos que nesta noite existiria companhia já que mais pessoas estavam lá dentro. Esta companhia, de "peregrinos automobilistas" portugueses foi causa de alguma dificuldade em adormecer pois tivemos de ouvir canções pela noite dentro. Quem cantava detinha uma boa voz, mas a hora tardia é que estragou tudo.