Etapa 1
Aventuras > Caminho Santiago (Norte)
Irun - Orio (25/07/2006)
Distância: 64 Kms -----------------Desnível acumulado: 1455 mts
Relato do Peregrino:
Carimbadas as Credenciais e foi altura de iniciar a aventura. Saida do hotel e pequena visita pelas ruas desertas de Irun (ainda era muito cedo).
Até Ondarribia o percurso era plano e sem quaisquer dificuldades. Realizamos uma pequena visita a esta localidade mas não à zona mais velha no interior das muralhas. Aliás a estrada que procuramos inicia-se junto a estas muralhas. Aqui, de imediato, inicia-se a subida até ao mosteiro de Guadalupe com grande dificuldade. Depois do mosteiro começamos s descer e, eu, julguei que tinha terminado a subida. Nada mais errado, o pior estava para vencer, agravado pelo ataque de inúmeros moscardos. Cume atingido 455 metros .
Descida até Passaia Donibane. A festa dos locais estragou a nossa, ou seja, não conseguimos passar pelo barco, tal como estava planeado. A alternativa foi contornar todo a imensa doca ai existente. Depois do sossego da montanha a Nac.1 foi um impacto negativo. A dado momento recorremos à utilização do passeio para fornecer alguma segurança numa estrada onde o pessoal acelerava fortemente.
Passaia San Pedro, já na margem contraria, paragem para comer. Para inicio de gastos nada mal: 2 sandes (1 queijo 1 persunto) 2 fantas 2 sumos laranja = 16,04 Euros.
A entrada em Donastia - San Sebastian nem foi sentida não fosse chegar à sua marginal. Referencia para a quantidade de pessoas que estavam nesta marginal, simplesmente impressionante. Carril bici em toda a sua extensão, muito bem sinalizado e devidamente separado da estrada para os automóveis. Pequena visita e algumas fotos. De realçar uns curiosos taxis de pedal – BikeTaxi – que circulam no interior da zona histórica da cidade.
Na saída da cidade, optamos por seguir o caminho assinalado iniciando uma violenta subida. Aqui, fomos avisados por um utilizador de bike que esta secção do caminho era violentíssima e certamente teríamos de o fazer a pé. A questão era que o caminho é realizado através de uma calçada romana muito técnica e quase intransponível para bikes com alforges. A melhor opção seria utilizar a estrada asfaltada. O betetista alegava que era a melhor opção. Melhor?… nem quero imaginar a outra.
Mais à frente voltamos a encontrar as marcas do caminho que seguimos até ponto que vem referenciado num dos guias do caminho. Tratasse do Sr. José Mari que sendo peregrino aficcionado do Caminho de Santiago e, pelo facto de frente à sua casa passar o Caminho da Costa, montou um pequeno aparato para apoio aos restantes peregrinos com: àgua; duas cadeiras e um carimbo que se poderá utilizar para sellar as credenciais. Para além disso também está disponível para fornecer informações sobre o caminho. Foi com este intuito que entrei na area da sua residência, saber das dificuldades do caminho que se aproximava e que, para mim, estava a entrar muito no interior do campo (Campo = Caminho Técnico = dificuldades). Para além de me ser oferecido comer, bolo e café, também obtive a seguinte informação: Daqui a pouca distancia têm uma fonte com boa àgua. “O caminho é fácil, e apenas em poucos metros é necessário levar a bike à mão.” Pois o que encontramos foi um bonito Single-Treck com muita pedra, que o torna técnico e em alguns sitios com um bom grau de dificuldade. Resultado, a minha esposa fez a quase totalidade do percurso a pé. Isto quase no final de um dia particularmente duro... Ainda tivemos um contacto com uns cavaleiros que apanharam um valente susto já que não esperavam ver bikes por aquelas bandas, porque seria?...
Já perto de Orio, deixamos o percurso e finalizamos a etapa por asfalto, não sem que antes tivéssemos de vestir o casaco de chuva já que começou a chover forte. Pelo cansaço nem hesitamos e recolhemos ao Albergue ai existente. Fomos recebidos pela proprietária deste Albergue, Rosa, de forma magnifica, neste que viria a ser o único albergue que utilizaríamos até final. Aqui encontramos mais dois peregrinos e mais tarde chegou outro peregrino, um jovem Holandes que vinha em “estado de cama”...
Relato da Peregrina:
Paisagem Deslumbrante.
Dificuldades, muitas. Duas subidas muito acentuadas, de tal maneira que na segunda tive de ir a pé. Outra parte da etapa foi feita mesmo no caminho de Santiago e era um autêntico caminho de cabras, muito estreito e com muitas pedras, por isso também o fiz a pé.
Opinião geral sobre a etapa: passamos por sítios muito bonitos, de montanhas verdejantes e a ver-se o mar, mas também muito cansativa.