Conimbriga - Serra Sicó (27-02-2004)
Passeios
Já a algum tempo que me seduzia a possibilidade de pedalar pela Serra do Sicó. Contribuía o facto de ler alguns relatos descrevendo esta zona como magnifica para a prática do Btt. A oportunidade surgiu com a realização deste passeio pela Ciclonatur. Estava assim assegurada a qualidade do percurso e também a possibilidade de estar com pessoas que já algum tempo não tinha essa oportunidade.
Quando me inscrevi verifiquei que o grau de dificuldade atribuído a este passeio era de “Difícil”. Pelo que conheço desta empresa, os graus de dificuldade atribuídos são de facto para serem levados muito a sério, este não fugia à regra. Tal como podem ler de seguida, tal veio a confirmar-se.
Sai de casa cedo de forma a não prevaricar no que respeita à velocidade na A1, as multas assim obrigam. Quando cheguei a Conímbriga apenas um participante estava no local de partida, onde a tranquilidade predominava mas, fazia frio de rachar. Esta tranquilidade foi desaparecendo à medida que os participantes chegavam e se iniciava os comprimentos da praxe. Voltei a reencontrar pessoas que não via desde a “ Travessia” , confesso que já tinha saudades de participar num evento destes.
O nível 1 (nível mais acessível) não tinha na prática inscritos. Talvez a preparação dos participantes esteja a elevar-se ou para o curriculum apenas o nível 2 conta, mesmo que o empeno seja forte...
Como já me habituei, no início de qualquer passeio o andamento é fortíssimo. Ainda não percebi se isto faz parte de qualquer ritual ou se é para estudar o adversário, mesmo que não estejamos numa competição. Será que não estamos mesmo???...
O curioso é que, também em todos os passeios, além do início em forte ritmo apenas “travado” pelo guia, comecem a fazer-se ouvir as mudanças aos gritos por serem metidas sem qualquer cuidado, originando aquele barulho característico dos diversos sistemas. Acredito que este barulho apenas vai acabar quando as bicicletas poderem dispor de “mudanças sincronizadas” e embraiagem, à semelhança dos automóveis.
Inquestionável é a beleza desta zona, os trilhos técnicos e com pedra e a paisagem envolvente eram de facto excelentes. Depois do desgaste inicial, veio a recuperação e o encontrar do meu ritmo podendo assim acompanhar o grupo, nas traseiras claro. Até ao primeiro Marco Geodésico (Maria Pares) foi necessária aplicação. A descida até ao Zambujal apenas na sua parte inicial requereu atenção pelo desnível. Depois iniciou-se a subida até ao Castelo do Rabaçal, esta a exigir a aplicação de muita força, recompensada pela fabulosa vista que se obtêm do seu topo. Aqui o vento fazia-se sentir provocando algum desconforto. Se a subida era dura, a descida realizei inteiramente a pé, aliás, não arriscaria fazer de outra forma sobre qualquer pretexto.
Numa das subidas, antes do lanche, comecei a reparar que junto ao caminho estavam caçadores. No início fiquei surpreendido por estarem ali tão perto da estrada, que embora fosse de terra, poderiam perfeitamente passar por ali viaturas. A preocupação começou a aumentar quando me apercebi da enorme quantidade de caçadores que, em posição de “combate”, constantemente encontrava. Quase no final compreendi o que se tinha passado, tínhamos passado pela zona onde se realizava uma caçada ao Javali. Felizmente enquanto passávamos nenhum destes bichos resolveu passar entre nós...
Após a paragem para o famoso lanche Ciclonatur deu-se início ao restante trajecto, com alguns atrasos pelo caminho motivados por alguns furos. Esta segunda parte foi mais fácil o que não quer dizer facilidades. Na chegada a Conímbriga fui “apanhado” pelo grupo 3 (o mais rápido) comandado pelo António Malvar na sua single-speed (bicicleta com um unico carreto) .
Como conclusão devo alertar para quando participarem num passeio da Ciclonatur e a classificação seja Difícil , tomem cuidado, não facilitem.
Conclui mais um passeio com a qualidade Ciclonatur, em que o nível de dificuldade motivou uma quase ausência de fotos, no entanto a beleza do percurso é merecedor do esforço dispendido.