Etapa 2 - Bike105

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Etapa 2

Aventuras > Caminho Santiago (Norte)
Orio - Bolivar (26/07/2006)

Distância: 62 Kms -----------------Desnível acumulado: 1200 mts

Relato do Peregrino:
Para começar o dia nada melhor que um furo. Trocada a câmara de ar e está resolvido o problema já que mais tarde reparava-se o dito cujo. O pequeno almoço foi muito bom e realizado em companhia do jovem alemão que ali se encontrava, utilizando uma mistura de línguas entre o castelhano e o inglês...
Depois do dia de ontem a opção estrada era a mais indicada. Se duvidas existissem, depois de sairmos de Orio, quando dei indicação que iríamos pela estrada de terra indicada pela seta amarela, bastou verificar a cara de descontentamento da minha companheira de aventura .
O verde da paisagem continuou a imperar assim como os desníveis a vencer. Isto por estes lados a única zona plana é o mar.
A próxima localidade foi Zarautz, onde carimbamos as credenciais e visitamos a zona pedonal junto à sua imensa praia. De salientar a simpatia das pessoas no posto de atendimento de turismo. Seguimos pela estrada junto ao mar, a lembrar marginal que vai de Lisboa a Cascais, até Getaria onde fomos ao encontro do caminho. Numa localidade próxima quando estávamos a reabastecer de água, surgiram mais dois peregrinos pedestres, mais dois alemães e curiosamente de Berlim, tal como o que encontramos ontem. Só a parte final, na aproximação a Zumaia, foi mais complicada obrigando a minha companheira a desmontar.
Hoje almoçamos em Deba num café junto a igreja local. As bikes ficaram visiveis e resolvi tirar uma foto da ementa em lingua basca... estudem-na. Após o almoço mais um furo. Mau!! Isto não está no programa. Como estava a rolar depressa a camara de ar simplesmente descolou-se do pipo. O que estava a acontecer é que o furo era no interior do aro e não no pneu. Como desta vez o furo aconteceu junto a uma oficina, resolvi solucionar definitivamente o problema recorrendo a fita de electricista para cobrir correctamente todas as arestas do aro. Substituída a câmara (só levei duas suplentes) e até Santiago não aconteceram mais furos. Para compensar o tempo perdido nesta operação nada melhor que mais algumas subiditas .
Até Markina, onde estava planeada a paragem, seguimos a estrada asfaltada onde o movimento de veículos é pequeno. Aqui paramos e entrei no café/pensão com o intuito de obter local de dormida. Bom, tentei já que não foi possível pois para além de me informarem que o mesmo na prática já não funcionava, não consegui contactar com a pessoa responsável. No mesmo local informaram que a 4 km conseguiríamos obter dormida no mosteiro que ai existe, ou como opção numa casa de turismo rural um pouco antes. Quando perguntei se o caminho subia muito de imediato obtive: “Não é tudo praticamente plano”. Quando estávamos a arrancar aconteceu um pormenor inesperado: Motivado por uma distracção, ao tentar evitar um pino em ferro, passei muito rente ao mesmo e simplesmente arranquei o alforge da bike... até ficou dependurado. Rapidamente fixei de novo o dito e sai tão rápido quanto pude dali, já que o local estava repleto de pessoas, grande barraca.
Que raio de conceito de plano que esta gente tem. Nem para um carro isto seria plano. Até Bolivar fomos sempre subindo ainda que ligeiramente, após esta localidade tivemos de vencer uma verdadeira parede até alcançarmos alojamento. Quando questionei se existia alojamento disponível e estes responderam afirmativamente, confesso que foi um sossego. Não estava com grande disponibilidade para ficar de novo num albergue, mesmo que a diferença entre um albergue e este alojamento fosse o facto de podermos fechar a porta, dormir em lençóis. Tudo o resto era igual a um Albergue.

Depois do banho, lavamos a roupa (levamos 3 mudas) e após fixar a corda no quarto estendemos a mesma. O problema é que mesmo muito espremida a roupa pinga após algum tempo. Desta forma o chão corria o risco de se danificar já que era madeira. Assim, com recurso a papel higiénico que colocamos estrategicamente, evitamos causar danos no soalho. Só mesmo vindo de portugueses...

Jantamos no local e depois de terminarmos demos um pequeno passeio para desfrutar do silencio absoluto que ai fazia. As bikes ficaram guardadas num palheiro, sim dos verdadeiros, onde se arruma o tractor e na parte de cima o feno fica resguardado.


Relato da Peregrina:
Esta manhã saímos do albergue , que para mim foi uma estreia pois nunca tinha ficado num sitio como este. Foi agradável o contacto com as pessoas que encontramos, e também fomos muito bem recebidos. Saindo do albergue começamos a descer dentro da localidade ,Orio, que é muito bonito, ruas estreitas e tudo muito antigo mas muito bem preservado. Depois de atravessar-mos Orio lá começamos a subir como, porque nesta terra não existem planos, ou se sobe ou se desce. Almoçamos em Deba e durante algum tempo fomos numa estrada mais ou menos em recta, mas não por muito tempo, sempre junto ao mar.
Continuamos no sobe e desce até Markina que era o nosso objectivo, para dormir, mas para nosso azar não havia alojamento e tivemos que fazer mais uns 5 ou 6 kilometros sempre a subir até chegarmos a um sítio lindissímo nas montanhas, para ficarmos numa casa de turismo rural, A paisagem hoje não foi muito diferente de ontem, tudo muito verde e muito bonito. 

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